Monday, 6 January 2014

Brasil: Mercado prevê PIB abaixo de 2% neste ano

Depois de dois anos de crescimento abaixo das previsões iniciais, o mercado iniciou 2014 com projeção bem mais conservadora para o desempenho da economia.
No primeiro boletim Focus divulgado pelo Banco Central, os analistas sinalizam um crescimento de 1,95%. É a primeira vez que a expectativa para o PIB deste ano -apurada desde o início de 2013- fica abaixo de 2%.
Houve leve revisão também no dado do fechamento para 2013 -passou de 2,30% para 2,28%.
Se confirmado, será um desempenho bem inferior do que as previsões feitas em janeiro de 2013, quando o mercado acreditava em um crescimento de 3,28%.
Ainda que em menor intensidade, o resultado repete frustração experimentada no ano anterior. O PIB de 2012 cresceu apenas 1%, menos da metade do que o mercado havia previsto em janeiro daquele ano.
Para o economista da Tendências Consultoria, Sílvio Campos Neto, a projeção mais baixa para 2014 é uma correção por parte do mercado, que passou a considerar um crescimento potencial de 4% para economia brasileira após um período positivo até 2010.
"É uma sequência de erros que ocorreram nos últimos anos. Havia um otimismo excessivo. Não houve nos últimos anos nenhuma grande mudança estrutural que permitisse crescimento maior", afirma.
Há mais motivos para a postura conservadora dos analistas em relação a 2014. Os juros voltaram a superar a barreira dos dois dígitos e devem subir para 10,5% no ano. O cenário dos economistas revela uma inflação ainda mais incômoda, com elevação do dólar ao longo do ano.
O IPCA, índice de preços referência para o governo, deve sair dos 5,74% de 2013 para encerrar este ano muito próximo de 6%, de acordo com as previsões.
Não há perspectiva de grande retomada no consumo das famílias depois da desaceleração iniciada em 2013, que deve levar o varejo a um crescimento abaixo da média dos últimos anos.
Consultorias também já esperam uma leve piora no desemprego, hoje no nível mais baixo da história, com mais pessoas procurando ocupação para completar o orçamento da família.
Neto lembra ainda a restrição maior no crédito, o baixo nível de confiança dos empresários e a evolução menor da renda dos trabalhadores. Para ele, as previsões devem se estabilizar em torno de 2%.

Fonte: Fohla de São Paulo

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