Monday 14 October 2013

Brasil: Mesmo sem Eike, Bolsa ainda dá prejuízo

O declínio do império de Eike Batista é frequentemente apontado como o motivo das perdas da Bolsa brasileira, mas, mesmo sem as empresas X, o ano não tem sido fácil para o mercado de ações.
O Ibovespa (principal índice da Bolsa) se desvalorizou neste ano em 12,8%, o pior resultado entre os grandes mercados globais.
No mês passado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a crise das empresas de Eike arranhou a "reputação" brasileira. "A situação da OGX já causou um problema para a imagem do país e para a Bolsa", disse.
Mesmo no cálculo em dólar (ideal para comparação com outras Bolsas globais), o Ibovespa (contando as empresas X) amarga baixa de 17,8%, enquanto nos EUA há índice com alta de 26% e na Europa, em crise, há Bolsas com valorização de 15%.
A perda da Bolsa brasileira também é maior que a de outros mercados emergentes, como China (-0,04%), Rússia (-2,8%) e África do Sul (-5%).
"O que influencia esse descolamento da Bolsa brasileira em relação aos demais mercados são os nossos problemas internos", diz Rodolfo Amstalden, analista da Empiricus Research.
Para ele, a inflação ganhou o jogo neste ano e deve terminar 2013 em um patamar "agressivo", mesmo com as elevações recentes do juro básico, a Selic, que passou de 7,25% para 9,5% de janeiro a outubro. Além disso, afirma, a relação entre o setor privado e o governo não está boa.
Os elevados gastos publicos e as intervenções do governo em diversos setores da economia, evitando o reajuste no preço dos combustíveis e forçando um corte nas tarifas do setor elétrico, por exemplo, também desagradam os estrangeiros.
No início do mês, a agência Moody's reduziu de positiva para estável a perspectiva da nota da dívida do país.
A desaceleração chinesa também é pressão adicional para o Brasil.

Fonte: Fohla de São Paulo

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