Sunday, 26 January 2014

Energy; Ainda existe oportunidade para a industria economizar energia

Ulrich Spiesshofer, CEO da ABB, diz que as empresas no ramo da indústria fizeram um bom progresso ao se tornarem mais eficientes com uso consciente da energia, porém elas ainda não estão aproveitando totalmente as oportunidades disponíveis.

Pesquisa realizada pela ABB confirmou que a eficiência energética permanece como prioridade alta para os executivos na indústria. Grande parte dos 300 pesquisados nos setores de fabricação e energia pela Economist Intelligence Unit (EIU), disseram que a eficiência energética permanecerá como um fator crucial para suas empresas nas próximas duas décadas. Contudo,  três quartos desses mesmos executivos comentaram que enfrentaram obstáculos para melhorar a eficiência e os dados do relatório da EIU indicam que esses obstáculos estão afetando um número maior de empresas.

Esse é um problema decorrente da competitividade industrial – os custos com energia estão cada vez mais elevados – e por isso a eficiência energética é a forma mais eficaz de limitar o impacto ambiental. O consumo de energia menor ou igual escala é sem dúvida a abordagem mais sustentável.

Qual a margem que as empresas têm para serem mais eficientes energeticamente?

O primeiro ponto a ser  observado é o progresso significativo que foi feito ao longo dos últimos 20 anos na maioria das indústrias com grande consumo de energia. Muitos produtores de aço, principal consumidor de energia industrial, reduziram significativamente o consumo ao trocar os altos-fornos pelo processo elétrico, que usa apenas metade da energia. No entanto, dentre os produtores que usam o processo elétrico, há grandes variações nacionais e regionais (por exemplo: o consumo na China, Rússia, Ucrânia e Brasil é 1,5 a 2 vezes maior do que no Japão Respectivamente.  O potencial para as futuras economias de energia é estimado em 40% ou 250 milhões de toneladas de óleo equivalente (Mtoe), que é correspondente ao consumo de energia total da França ou do Brasil.

Informações semelhantes se aplicam na indústria de cimento, o terceiro maior consumidor de energia industrial; se os principais países produtores tiverem a mesma eficiência em energia que os melhores do mundo (México, Alemanha e EUA), o consumo de energia da indústria como um todo reduziria em 20% ou 50 Mtoe.

De acordo com o levantamento da EIU, os três principais obstáculos para os investimentos na eficiência energética são a falta de um aporte  financeiro definido, a falta de recursos para grandes investimentos de infraestrutura e a falta de informações práticas sobre as opções de eficiência em energia.

Praticamente 28% das empresas que participaram do levantamento disseram que, em tempos de recursos escassos, elas tiveram que escolher entre utilizar o capital em medidas que economizariam dinheiro ou que dariam oportunidades de crescimento. Isso sugere que muitas delas não costumam achar que ser mais eficiente pode levar a uma vantagem competitiva, o que, por sua vez, leva a lucratividade.

A pesquisa também mostrou que os benefícios de investimentos em eficiência energética cresceram, 71% das empresas precisam de benchmarks mais claros para  implementar a eficiência energética" em seus setores. Alguns dos que investiram têm realizado benchmarks internos, para comparar às fábricas antigas e mais recentes  avaliandoo valor dos investimentos.

É difícil tomar as decisões certas quando os parâmetros de referência não são equivalentes entre as empresas que fazem parte do benchmarks , o que afeta as oportunidades de crescimento. A partir dessas descobertas, eu diria que é certo que nós nas indústrias precisamos fazer um esforço maior para elevar a conscientização das oportunidades oferecidas pela eficiência energética. Também é necessário continuar investindo em tecnologia e trabalhar com políticas para garantir que tenhamos um ambiente regulatório que busque a previsibilidade e a clareza na eficiência energética.

As citações deste artigo podem ser encontradas em “Tendências na eficiência em energia global,” que compreende um informe pela Economist Intelligence Unit (EIU) com base em um levantamento de 317 executivos industriais sênior, e pesquisa pela Enerdata.

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