A usina hidrelétrica de Itaipu, que pertence ao Brasil e ao Paraguai, multiplicou por dez os gastos "sociais" desde o início do governo do PT. Em 2003, o apoio da usina a projetos sociais era de US$ 8,7 milhões.
Em 2012, dado mais recente disponível, foi a US$ 80 milhões, conforme os relatórios da empresa. Com recursos que superam os de muitos municípios, Itaipu gastou em hospitais, turismo, comunidades indígenas, proteção à criança, incentivo a empresas nascentes, um observatório astronômico e até em uma universidade.
Com a ajuda de Itaipu, os municípios afetados pelo reservatório de água da usina tiveram um salto no seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Duas escolas de Foz do Iguaçu figuram entre as dez melhores do país na qualidade de educação básica. Especialistas reconhecem que os projetos são importantes, mas temem que sejam usados com fins eleitorais.
"Será que uma empresa de eletricidade não está substituindo o papel do Estado?", pergunta Edmar Luiz de Almeida, professor da UFRJ. "Nosso foco principal é produzir energia, e com isso não se brinca. Mas, se eu não aproveitasse o pessoal qualificado que tenho para desenvolver a região, não estaria cumprindo meu papel de cidadão", diz Jorge Samek, diretor-geral de Itaipu.
Os gastos "sociais" são computados como despesas de operação e manutenção da usina. De acordo com Itaipu, representam 1% da receita e implicam impacto equivalente na tarifa de energia. Cálculo feito pelo CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), a pedido da Folha, encontrou valor um pouco maior: 2,4% do preço de geração de energia. O impacto para o consumidor é menor em razão de tarifas de distribuição, transmissão e impostos.
Fonte: Fohla de São Paulo